Rússia bombardeia Kiev às vésperas de reunião entre Trump e Zelensky

Ataques com drones e mísseis deixaram ao menos um morto, 19 feridos e centenas de milhares sem energia e aquecimento na Ucrânia

A Rússia lançou na madrugada deste sábado (27) uma série de ataques contra Kiev e regiões do nordeste e do sul da Ucrânia. Os bombardeios deixaram ao menos uma pessoa morta, 19 feridos e provocaram cortes de energia e aquecimento para centenas de milhares de moradores, segundo autoridades ucranianas.

Os ataques ocorreram às vésperas de um encontro entre o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, previsto para este domingo, na Flórida. A reunião é considerada estratégica no contexto das negociações de paz entre Kiev e Moscou.

De acordo com o prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, uma mulher de 47 anos morreu na capital ucraniana. Incêndios e explosões foram registrados em diferentes bairros da cidade. A administração municipal informou que cerca de 2.600 prédios residenciais ficaram sem aquecimento, em meio a temperaturas próximas de 0 °C, e aproximadamente 320 mil residências tiveram o fornecimento de energia elétrica interrompido.

Segundo a mídia ucraniana, os ataques russos atingiram também a infraestrutura elétrica e foram realizados com drones e mísseis, incluindo mísseis hipersônicos do tipo Kinshal.

Diante da intensificação dos bombardeios, a Polônia anunciou o fechamento de dois aeroportos no nordeste do país e mobilizou aeronaves militares para monitorar o espaço aéreo, como medida preventiva.

Encontro visa discutir plano de paz

Os ataques acontecem em um momento delicado das negociações diplomáticas. Zelensky deve se reunir com Trump para discutir um plano de paz e possíveis garantias de segurança bilaterais, além de um acordo econômico. A proposta ucraniana, composta por 20 pontos e apresentada na véspera de Natal, foi rejeitada pela Rússia.

O presidente ucraniano mantém a exigência de controle total da região de Donbass e rejeita a presença de tropas europeias ou americanas em território ucraniano como parte das garantias de segurança.

“O plano de 20 pontos em que estamos trabalhando está 90% concluído. Nossa tarefa é garantir que tudo esteja 100% pronto”, afirmou Zelensky, ressaltando que ainda não foram definidas quais concessões territoriais Kiev estaria disposta a fazer.

Antes de embarcar para os Estados Unidos, Zelensky afirmou que o ataque mais recente demonstra que Moscou “não quer o fim da guerra”. Segundo ele, a Rússia utilizou cerca de 500 drones e 40 mísseis no ataque contra Kiev e regiões vizinhas.

Em comunicado, os militares russos declararam que os bombardeios tiveram como alvo instalações militares e infraestrutura energética “utilizadas em benefício das Forças Armadas da Ucrânia”.

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