Bombardeio com centenas de drones e mísseis atinge Ternopil e outras regiões; Polônia e Romênia mobilizam caças como precaução
Um ataque russo com mais de 500 drones e mísseis na madrugada desta quarta-feira (19) deixou 25 mortos e dezenas de feridos, incluindo crianças, na Ucrânia, segundo o serviço de emergência estatal do país. A cidade de Ternopil, no oeste ucraniano, foi a mais atingida, registrando incêndios em edifícios residenciais de nove andares.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, classificou o ataque como “descarado” e destacou que ele causou destruição significativa, deixando pessoas possivelmente presas sob os escombros. Ele afirmou que instalações de energia, transporte e infraestrutura civil também foram danificadas.
“Cada ataque descarado contra a vida cotidiana mostra que a pressão sobre a Rússia [para parar a guerra] ainda é insuficiente”, disse Zelensky em publicação na rede social X.
O bombardeio, considerado um dos mais letais no oeste do país desde o início da guerra, também afetou outras áreas da Ucrânia, incluindo Lviv, Ivano-Frankivsk, Mykolaiv, Chercássi, Kiev, Chernigov, Dnipro e Donetsk.
De acordo com o Ministério da Defesa ucraniano, foram lançados 476 drones de ataque e 48 mísseis contra o que Moscou classifica como “infraestrutura crítica”. O sistema de defesa da Ucrânia interceptou 483 dos 524 projéteis.
Como medida de precaução, Polônia e Romênia, países vizinhos e membros da OTAN, mobilizaram jatos de combate. A Polônia fechou dois aeroportos no leste do país, enquanto a Romênia acionou dois Eurofighter Typhoon e dois F-16 após um drone violar seu espaço aéreo.
A Rússia afirmou que o ataque visava instalações energéticas e alvos do complexo militar-industrial ucraniano, incluindo depósitos de drones de longo alcance, em retaliação a ataques de Kiev em território russo. O bombardeio ocorreu um dia após a Ucrânia lançar quatro mísseis ATACMS, de alta precisão e fornecidos pelos EUA, contra alvos russos em Voronezh, interceptados pelo país.
Zelensky também anunciou que se reunirá nesta quarta com o presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, em mais um esforço diplomático para aumentar a pressão sobre o presidente russo, Vladimir Putin, e avançar nas negociações de paz.

