Ação conjunta das Polícias Civil e Militar mobilizou 2,5 mil agentes nos complexos do Alemão e da Penha; entre os mortos, estão quatro policiais.
Pelo menos 60 pessoas morreram e 81 foram presas nesta terça-feira (28) durante uma megaoperação das Polícias Civil e Militar do Rio de Janeiro contra o Comando Vermelho nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio.
De acordo com a Polícia Civil, quatro dos mortos são policiais. Há também relatos de moradores e agentes baleados. A operação, classificada como a maior já realizada pelas forças de segurança do estado, faz parte da Operação Contenção, uma ação permanente do governo fluminense para conter a expansão da facção.

Ação com 2,5 mil agentes
Cerca de 2,5 mil policiais participaram da operação, que tinha como objetivo cumprir 100 mandados de prisão em uma área de 9 milhões de metros quadrados. Segundo o governador Cláudio Castro (PL), o planejamento durou mais de 60 dias e foi precedido por um ano de investigação.

“Essa operação teve início com o cumprimento de mandados judiciais e uma investigação de mais de um ano. É uma ação do Estado contra narcoterroristas, porque é isso que eles são”, disse Castro em coletiva de imprensa.
Presos e apreensões
Entre os presos estão lideranças do Comando Vermelho que atuavam no tráfico de drogas na região. Um dos principais alvos, identificado como Belão, foi capturado e sua prisão anunciada durante a coletiva.

As forças de segurança apreenderam 72 fuzis e uma grande quantidade de drogas, de acordo com o governo estadual.
Confrontos e bloqueios
Os confrontos entre policiais e criminosos ocorreram principalmente em áreas de mata, mas houve tentativas de bloqueio de vias, como a Avenida Brasil. Criminosos também usaram drones para lançar explosivos e montaram barricadas com veículos incendiados em represália à operação.

O Centro de Operações e Resiliência (COR) do Rio elevou o estágio operacional da cidade para o nível 2, em uma escala que vai até 5. Em resposta, a Polícia Militar suspendeu atividades administrativas e colocou todo o efetivo nas ruas.
Ausência de apoio federal
O governador Cláudio Castro criticou a falta de apoio do governo federal:
“As nossas polícias estão sozinhas. Infelizmente, mais uma vez, não temos auxílio nem de blindados nem de agentes das forças federais. É o Rio de Janeiro completamente sozinho.”
A operação contou com helicópteros, 32 blindados terrestres, drones e 12 veículos de demolição do Núcleo de Apoio às Operações Especiais da PM.
Resposta do Ministério da Justiça
Em nota, o Ministério da Justiça e Segurança Pública afirmou que mantém atuação permanente no Rio de Janeiro desde outubro de 2023, por meio da Força Nacional de Segurança Pública (FNSP), com autorização vigente até dezembro de 2025.
O órgão informou ainda que atendeu a todos os pedidos de apoio feitos pelo governo estadual desde o início da operação.
“Desde 2023, foram 11 solicitações de renovação da FNSP no território fluminense. Todas acatadas”, destacou o ministério.

