Um caso de violência sexual contra duas crianças, de 4 e 6 anos, chocou o município de Presidente Figueiredo, no interior do Amazonas. O crime foi descoberto depois que a direção de uma escola decidiu acionar a Polícia Civil ao ser informada sobre suspeitas de abuso dentro da família. O principal suspeito é o padrasto de uma das vítimas e pai biológico da outra, um homem de 38 anos que foi preso preventivamente.
De acordo com a delegada Beatriz Andrade, titular da Delegacia Especializada de Presidente Figueiredo, a denúncia chegou à polícia por meio da escola. A coordenação informou que foi procurada pela avó das crianças, que pediu que o padrasto não buscasse mais o neto de 6 anos. A mulher relatou que havia descoberto indícios de abuso depois que uma tia das crianças percebeu comportamentos inapropriados entre os irmãos e questionou o que estava acontecendo.
Durante as apurações, as crianças foram ouvidas em ambiente especializado e confirmaram que o homem aproveitava momentos em que a mãe saía de casa para cometer os abusos. A mãe, segundo a polícia, sofre de problemas de saúde e só tomou conhecimento da gravidade dos fatos após a prisão do companheiro.
O suspeito foi preso em via pública, no centro da cidade, e negou as acusações. Mesmo assim, a Justiça decretou a prisão preventiva dele, e o homem permanece à disposição das autoridades.
O delegado Paulo Mavignier, diretor do Departamento de Polícia do Interior (DPI), elogiou a atuação da escola e da família, destacando que a denúncia foi fundamental para interromper o ciclo de violência.
“Antigamente havia a ideia de que denunciar não adiantava. Isso acabou. Estamos prendendo abusadores, expondo os casos e protegendo as vítimas. O lugar de pedófilos é na cadeia”, afirmou.
As crianças foram incluídas no programa municipal Família Protegida, que oferece suporte psicológico e social às vítimas e seus familiares.
A delegada Beatriz Andrade reforçou a importância de observar mudanças de comportamento em crianças — como isolamento, agressividade ou atitudes sexualizadas — que podem indicar que algo está errado.
“Foi exatamente o comportamento do menino, ao tentar reproduzir atitudes do agressor, que revelou o crime”, explicou a delegada.
As investigações continuam para apurar se há outras vítimas, incluindo uma filha do suspeito, de apenas 2 anos. A Polícia Civil reforçou o compromisso de combater os abusos sexuais no Amazonas e pede que qualquer suspeita seja denunciada por meio do Disque 100 ou diretamente nas delegacias.
A comunidade de Presidente Figueiredo está abalada com o caso e acompanha com expectativa a busca por justiça e o fortalecimento das ações de prevenção a esse tipo de crime no interior do estado.